terça-feira, 2 de maio de 2017

A VERDADEIRA ALEGRIA




“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria” (Salmo 100.1-2).


A alegria é o brilho da vida, um prazer simples que indica satisfação e contentamento. Precisamos de muitas coisas neste mundo, mas, sem alegria, tudo perde a graça e o sentido. Podemos ter dinheiro, casas, carros, participar de banquetes ou fazer a viagem dos sonhos, mas, sem alegria, nada tem valor. Ela funciona como um termômetro, um fator de avaliação das nossas decisões, conquistas e realizações."Porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração" (Ec.5.20).
A alegria não existe por si só, mas, de modo semelhante ao calor, ela precisa de causa, motivo, razão, uma fonte enfim.
Como
escreveu o salmista: “Grandes coisas fez o Senhor por nós. Por isso estamos alegres” (Salmo 126.3).
Aquilo que nos alegra, revela o nosso caráter. Dav
i disse “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Salmo 122.1). Há, porém, os que se alegram com a injustiça e com a desgraça alheia (Jó 31.29-30).
O calor pode ser obtido por meio de um palito de fósforo ou pela luz do sol. Diferente, porém, será sua intensidade e duração. Assim é a alegria, passageira ou perene, que obtemos de coisas efêmeras ou por causas mais significativas e duradouras. Precisamos ter em mente esta diferença para não confundirmos diversão com felicidade.
Como é fácil causar alegria instantânea! Uma simples bola na rede leva o torcedor ao delírio, mas se
um gol é feito contra o seu time, acabou a festa. A chegada de uma pessoa querida, um presente, uma boa notícia ou um prato de comida são motivos para uma alegria momentânea.
“A ansiedade do coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra” (Pv.12.25). 
Os bons momentos são importantes, mas existe uma fonte de alegria espiritual. Podemos estar alegres por bons motivos, mas existem razões superiores, como vemos na palavra de Deus:
“E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir...
E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se
submetem a nós.
E
Jesus lhes disse: Eu via Satanás, como raio, cair do céu… Mas não vos alegreis porque se vos sujeitam os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.
Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos...” (Lc.10.1,17-21).
O texto de Lucas nos mostra
dois motivos específicos de alegria e a fonte definitiva: O Espírito Santo.
Na instituição d
o Pentecoste, já temos a figura desta realidade:
“E, na tua festa, alegrar-te-ás, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas” (Dt.16.14).
A menção aos órfãos e viúvas se reveste de especial importância como referência a pessoas que perderam seus entes queridos. As perdas fazem parte da vida e o luto é normal e necessário. Não podemos negar ou ignorar o sofrimento que envolve tais situações. Contudo, a tristeza e o lamento não podem ser eternos. A festa de Pentecoste seria, portanto, um tempo de superação e consolo na presença do Senhor.
Muitas vezes nos alegramos com as bênçãos que recebemos, mas o próprio Deus é o motivo suficiente para nos alegrarmos:
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das corças, e me fará andar sobre as minhas alturas” (Hab.3.17-19).
A presença do Espírito Santo em nós é a fonte da verdadeira alegria:
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm.14.17).
O texto relaciona três elementos: justiça, paz e alegria, sendo esta o resultado final.
Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm.5.1). Se temos paz, temos uma alegria que não depende de circunstâncias. Esse brilho do Espírito Santo em nossa face pode, eventualmente, ser ofuscado por momentos de tristeza, mas não ficaremos desanimados nem desesperados.
 “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5).
Na pessoa de Jesus, os discípulos conheceram a verdadeira alegria. Porém, foram avisados acerca da tristeza que se aproximava:
“Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.
Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e ninguém poderá tirar a vossa alegria” (João 16.20-22).
A cruz seria motivo de tristeza, mas a ressurreição traria alegria eterna. O mundo tem uma alegria passageira, mas os filhos de Deus serão, não apenas alegres, mas eternamente felizes.
Pr. Anísio Renato de Andrade