Há algumas décadas, os cristãos se dividiam entre os que criam e
os que negavam a existência de profetas na igreja. Agora, temos a terceira via,
afirmando que os pregadores são os profetas da atualidade. Pronto, chegou-se a
um ponto de equilíbrio antibíblico.
O que a bíblia diz?
"E ele
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e mestres" (Ef.4.11). São
"outros" e não "os mesmos".
Pastor é pastor, profeta é profeta. Uma pessoa pode até ter os
dois ministérios e profetizar enquanto prega, mas isso é raro. Profetizar é
dizer o que Deus falou diretamente ao profeta e não apenas repetir o que a
bíblia disse. Falar o que eu quero que aconteça na vida de alguém não é
profetizar. Ficar dizendo "eu profetizo isso e aquilo na sua vida" é
uma ótima forma de tornar-se um falso profeta.
Profetizar é dizer o que Deus mandou que fosse dito. Não vale
repetir o que o pregador diz. Precisamos é orar mais e buscar os dons espirituais
que Paulo listou na primeira carta aos coríntios.
A bíblia não diz "profetizai sem cessar", mas sim
"orai sem cessar". Devemos orar pelos irmãos e não ficar
"profetizando isso e aquilo na vida deles". Só os profetas podem
profetizar. Um texto que tem sido usado para justificar a prática é a visão do
vale de ossos secos, onde o Senhor disse: "Profetiza sobre estes
ossos" (Ez.37.4). Ezequiel profetizou porque Deus mandou. Se você ouve
Deus diretamente, e ele te manda profetizar, vai em frente. Ezequiel
profetizou, mas os israelitas não estavam autorizados a saírem profetizando uns
para os outros conforme seus próprios desejos ou mesmo repetindo profecias
alheias. A coisa era muito séria, porque a profecia que não se cumprisse
significava pena de morte para o indivíduo.
"O profeta que tiver a
presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado
falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá"
(Dt.18.20).
O que acontece é que ultimamente tem sido dado um sentido
diferente à palavra "profetizar", mas esse sentido não é bíblico.
Por exemplo, se perguntarem se você pode "abençoar um
irmão", talvez você pensará que ele está precisando de uma ajuda
financeira, não é mesmo? Este é um exemplo de como pegamos as palavras bíblicas
e deturpamos o seu significado. Precisamos voltar à bíblia. Se alguém se
considera profeta, profetize. Se a profecia se cumprir, é de Deus, mas
profetizar simplesmente o que queremos que aconteça não é certo e não é
bíblico.
Se todos puderem profetizar à vontade o que bem entenderem, quem
vai cumprir essas profecias? Deus? Isso o colocaria como refém do homem. De
fato, Deus só se compromete a fazer aquilo que ele mesmo falou. Aqui está o
limite do propagado poder das palavras humanas.
A verdadeira profecia é sobrenatural, pode desvendar coisas
ocultas que o profeta não seria capaz de descobrir, podendo também trazer
previsões que vão se cumprir, a não ser, por exemplo, que o arrependimento
desvie o castigo (como ocorreu no caso de Nínive). As profecias bíblicas eram
quase sempre pesadas. Eram até chamadas de "peso do Senhor"
(Mal.1.1). Envolviam repreensões contra o pecado, avisos de juízo e promessas
de bênçãos para os arrependidos. Não é uma lista de coisas boas que uma pessoa
deseja pra outra ou para si mesma. O aspecto pesado das profecias fazia com que
os profetas fossem odiados geralmente. Os profetas bem quistos eram os falsos.
O mesmo vale para os atos proféticos, os quais têm mais a ver
com o Antigo Testamento. Só podem ser feitos por profetas e por ordem de Deus.
Se não for assim, será apenas uma simpatia (ou antipatia mesmo).
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