A vida natural é muito complexa e maravilhosa. Tudo que
conhecemos na natureza está organizado em sistemas. Todo sistema nos faz
pressupor uma inteligência que lhe é subjacente, superior e anterior. Algum sistema extraordinário e eficaz surge
sozinho, sem uma inteligência que o tenha desenvolvido?
Desde o átomo até as galáxias, nota-se funcionalidade,
beleza estética e organização matemática. Se o universo é regido por leis, isto
não seria testemunho da existência de um legislador?
A posição do nosso planeta no sistema solar é perfeita,
variando dentro de uma margem de segurança que parece ter sido calculada. Se
estivesse um pouco mais longe do sol, tudo aqui seria congelado; se estivesse
mais perto, tudo se queimaria.
A existência da vida na terra depende da combinação de
inúmeros fatores que vão dos átomos aos elementos mais complexos e astros
distantes. A falta do sol ou da água bastaria para inviabilizar a vida. Ateus
dizem que todos esses fatores foram reunidos por mera coincidência. Porém,
mesmo se fosse possível reunir, por acaso, todas as condições para a vida, isso
não garantiria seu surgimento. Aquário com água não cria o peixe.
Nota-se propósito nas coisas criadas. Cada elemento existe
para algum outro. Os olhos existem para a luz; os pulmões, para o ar; os ouvidos, para o som. Estas relações tão
perfeitas e complexas seriam casuais ou uma coisa foi criada para a outra?
Seria o som capaz de provocar o aparecimento do ouvido? E ainda que fosse possível,
precisaria ainda produzir um cérebro para interpretar as ondas sonoras, sentir
emoções, decidir e responder. Nenhum processo evolutivo explica a relação entre
estes elementos, mas tudo se encaixa no conceito criacionista.
O acaso tende, não para um aperfeiçoamento constante, mas
para o caos. Se deixarmos que as coisas ao nosso redor cuidem de si mesmas,
elas ficarão melhores? Seria uma atitude contrária à inteligência. O empenho
humano tem sido sempre no sentido de planejar, pois não confiamos na casualidade.
Todos os sistemas do nosso corpo são extraordinários. Seu funcionamento é sofisticado e integrado:
cada um serve de suporte aos demais. O que seria do sistema respiratório sem o
nervoso? O que seria do sistema circulatório sem o digestivo? A relação entre
os sistemas é muito avançada e perfeita para ser considerada acidental.
Um dos sistemas mais admiráveis é o imunológico, que cuida da
defesa do organismo. Ele não parece ter sido planejado? Sua ausência colocaria
tudo a perder. Além disso, ele não é estático, mas capaz de
"aprender" o seu papel dinamicamente.
Outro sistema incrível é o reprodutor. O DNA contém toda a
programação para o surgimento de um ser semelhante, um descendente. Seria um
tipo de programação casual e auto-replicante? É preciso muita fé para acreditar
nisso. É mais fácil crer no Criador.
A existência de macho e fêmea, feitos um para o outro, parece
resultado de um planejamento consciente e não obra do acaso. A perpetuação das
espécies parece ter sido planejada antes de começar. E a reprodução humana não é apenas uma questão física, mas também
psicológica. Poderia haver macho e fêmea e cada um viver sua vida e fim da
história, mas o plano supremo inclui a atração e o amor.
O corpo humano apresenta a mais avançada tecnologia de que se
tem notícia. É uma máquina que impressiona pelo design, estrutura e
funcionalidade, contando com fluxo de energia, lubrificação, transmissão de
comandos cerebrais, controle de temperatura, auto-locomoção, capacidade de
percepção e integração ao meio-ambiente, comunicação, crescimento, reprodução e
desligamento automático. Não parece ter
sido projetado e criado?
É também notável que a nossa existência siga uma programação:
nascemos, crescemos, amadurecemos, reproduzimos e morremos. Em virtude do
livre-arbítrio interferimos de alguma forma nesta sequência, tentando prolongar
a vida ou antecipar a morte. Contudo, a programação existe. Nós não a fizemos.
Logo, ela se torna mais um testemunho daquela inteligência superior, do supremo
Criador.
O ser humano vai além do aspecto físico e biológico,
alcançando uma dimensão moral que os animais não possuem. Inventamos a
moralidade? Criamos o bem e o mal? Estas questões de ética e consciência apontam para um ser superior, a quem
chamamos Deus, possuidor original dos valores que preservam a vida.
Estamos rodeados pelos milagres divinos. São maravilhas
surpreendentes e insondáveis. Diante delas, o que é a ciência? O enorme esforço
do homem para compreender pelo menos um pouco da infinita obra de Deus.
Pr. Anísio Renato de Andrade
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