Como vemos no
livro de Êxodo, houve um processo árduo para a saída dos israelitas que eram
escravos no Egito. Nesse tempo, Deus enviou dez pragas e deixou bem clara a
separação entre hebreus e egípcios (Ex.8.22; 9.26).
Houve, porém,
uma mulher israelita, chamada Selomite, que envolveu-se com um homem egípcio.
Tal relacionamento era incoerente com a realidade em que viviam, estava na contramão
do propósito de Deus.
Qual seria a
justificativa para isso? Amor? Interesse material? Paixão? Desejo descontrolado?
Não sabemos. Nada indica que eles tenham se casado, mas o fato é que tiveram um
filho.
Aquela
relação era bem condizente com o nome da mulher, cujo significado é “pacífica”.
Talvez muitos a elogiassem por sua atitude conciliatória com o povo opressor.
O que fizeram
não deve ter sido ilegal, pois ainda não existia a lei de Moisés para tratar
deste tema (Dt.7.1-4), mas nem tudo que é permitido é bom. Nossas leis hoje também
são brandas e omissas em tantos assuntos, mas nossas consciências, iluminadas
pela palavra de Deus e pelo Espírito Santo, devem nos ajudar a ter um padrão de
vida superior. Por exemplo, hoje em dia, adultério, prostituição e uso de
drogas não são crimes, mas quem comete tais coisas não deixará de sofrer os
efeitos correspondentes.
A moça não
foi condenada por seu comportamento, mas as consequências seriam implacáveis.
Finalmente,
Selomite saiu do Egito e atravessou o Mar Vermelho. Aleluia! O filho, cuja idade não sabemos, também saiu.
O pai ficou, pois não deixaria sua nação para viajar pelo deserto com outro
povo.
Ocorreu,
portanto, a separação definitiva daquele casal, como mais um efeito do
relacionamento indevido.
O filho, vivendo
entre os jovens israelitas no deserto, parecia igual a eles, até o dia em que se
envolveu numa briga no meio do acampamento. É nessas horas de crise que o
caráter se manifesta. O filho de
Selomite desentendeu-se com um israelita. Não sabemos o motivo nem quem estava
com a razão e isto pouco importa, mas o problema é que o moço blasfemou contra
Deus. Veio à tona a influência paterna,
a herança egípcia. Ainda que todo o povo tivesse alguma coisa do Egito em seu
jeito de ser e viver, blasfemar não seria permitido.
Observamos,
naquele episódio, os possíveis efeitos nefastos do jugo desigual, ou seja, da
união entre crente e incrédulo. A mãe, uma israelita legítima, não conseguiu
influenciar o filho nem ensinar-lhe o caminho do Senhor.
O rapaz foi
detido por sua blasfêmia, mas, durante o tempo de prisão, parece não ter se arrependido
do pecado. Então, Deus ordenou que ele fosse apedrejado até a morte, e assim
foi feito (Levítico 24.10-16, 23). Vemos que o filho foi o mais prejudicado
pelo relacionamento errado de seus pais.
Hoje também,
nenhum cristão está impedido de casar-se com pessoa de outra crença ou sem
crença. Temos, porém a recomendação de Paulo, que escreveu:
“Não vos
ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que
sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz
com as trevas?” (2Co.6.14).
Não se trata
de preconceito nem falta de amor, mas sim o propósito de se evitar uma série de
problemas no relacionamento e na vida dos filhos. “É para a paz que Deus nos
chamou” (1Co.7.15).
Quer namorar?
Quer casar? Prefira alguém que crê em
Deus e que vai com você para Canaã.
Pr. Anísio
Renato de Andrade